Foram desenvolvidos dois projetos de grande impacto em todo o mundo. O projeto Genoma Humano (2001) que descobriu que temos cerca de 25.000 genes humanos e o projeto Microbioma Humano (2007) – que demonstrou que temos 100 trilhões de microrganismos (bactérias, vírus e fungos) em nosso organismo, com seus genes. O conjunto dos genes de nossos microrganismos é o MICROBIOMA.

O maior acúmulo de microrganismos que possuímos é de bactérias e está localizado no intestino, e principalmente, no intestino grosso. Denomina-se a MICROBIOTA, antes chamado de flora intestinal.

A microbiota é composta por Bifidobacterium, Lactobacillus, Bacteroides, Clostridium, Staphilococcus , Enterobactérias e outras bactérias. Essa microbiota é benéfica e executa algumas tarefas metabólicas no organismo, que sem elas não poderíamos desempenhar.

O estabelecimento da microbiota intestinal tem-se mostrado um fenômeno progressivo. Embora a microbiota permaneça relativamente estável durante a vida adulta, estudos recentes indicam que ela se forma nos primeiros anos de vida e sofre modificações na velhice. Existe uma diminuição no número de Bifidobacteria, Bacteroides e Lactobacilli.

Antigamente achávamos que as crianças nasciam estéreis e que, a partir do momento do nascimento eram colonizadas pelas primeiras bactérias. Um trabalho recente revelou, no entanto, que os bebês já têm algumas bactérias intra-útero. Durante o parto, há uma transferência da microbiota materna. Com as cesáreas tem havido uma mudança na microbiota das crianças. Além disso, também interferem na composição dessa microbiota a dieta e o ambiente em que se vive. Portanto, uma criança que nasce de parto normal terá uma microbiota diferente (mais saudável) daquela que nasce de cesárea, bem como uma criança que recebe leite materno terá microbiota distinta daquela que ingere fórmula, que também é estéril.

Estudos mostram que a microbiota de bebês saudáveis a termo tem mais bifidobactérias e lactobacilos e parece que a nutrição tem um impacto maior na composição e na função da microbiota. O parto normal e o leite materno, são muito importantes para o desenvolvimento da microbiota mais saudável e para prevençao de doenças no futuro.

Diversos fatores interferem na composição da microbiota intestinal: tipo de parto, dieta da criança, antibióticos, probióticos e prebióticos e ambiente. Quando o funcionamento está adequado ocorre a simbiose (equilíbrio), funcionamento imune normal e metabolismo saudável. Ao contrário, temos a disbiose (desequilíbrio da microbiota) com doenças imunológicas, intestinais e metabólicas.

Em uma análise da microbiota quanto aos aspectos de saúde x doença, foi observado que indivíduos geneticamente predispostos a ter doenças têm menos Lactobacillus e Bifidobacterium e mais bactérias patogênicas.